(...)
Eu sei, e todos nós sabemos, que antes aqui jaziam outras palavras. Eu sei, e você bem sabe, o quanto esperávamos estar agora a sós e completamentes nús, com os corpos em contrapartida, suados e amados, e lindos, por nós mesmos a classificar. Mas eu sei, e só eu sei, o quanto eu queria tudo isso, de verdade, mais do que tudo que a malícia almeja, e mais do que o furto que o país despeja, eu queria muito mais. Queria, mas eis que houveram complicações, e várias devido a precipitações, eu ouso dizer. Eis que me vejo aqui, sentado á sua fernte, ouvindo uma palestra com outro terno e outra gravata, estes cem vezes mais espessos e caros do que os que costumava usar antes, e você também. E eis que, na verdade, eu sabia muito bem que seria assim. Eis que eu sabia muito bem que o grande plano acabaria por dar errado assim. Eis que eu sabia que a cortina ia baixar, e que não haveriam aplausos da platéia diante do fim do espetáculo. Eis que eu sabia disso tudo, e talvez por isso mesmo tenha aproveitado tão bem os tempos do processo e nos amado, como se não houvesse o amanhã que prometíamos, e que acabou por não haver. Mas eu prometo, por tudo o que somos e o que fomos, que eu ainda me despidirei daquilo tudo, e despidirei por você também, porque eu sei que podemos, que queremos, e principalmente, que até lá, morremos.
E por tanto, por hora volto para a casca que há tão pouco jurei ter me ido para sempre e me visto, com o mais toscamente entalhado dos ternos que desprego, e deixo apenas a minha palavra, de que ainda volto para ti e para mim, e para a nudez que aspiro no meu figo, e para o mar.
Eu sei, e todos nós sabemos, que antes aqui jaziam outras palavras. Eu sei, e você bem sabe, o quanto esperávamos estar agora a sós e completamentes nús, com os corpos em contrapartida, suados e amados, e lindos, por nós mesmos a classificar. Mas eu sei, e só eu sei, o quanto eu queria tudo isso, de verdade, mais do que tudo que a malícia almeja, e mais do que o furto que o país despeja, eu queria muito mais. Queria, mas eis que houveram complicações, e várias devido a precipitações, eu ouso dizer. Eis que me vejo aqui, sentado á sua fernte, ouvindo uma palestra com outro terno e outra gravata, estes cem vezes mais espessos e caros do que os que costumava usar antes, e você também. E eis que, na verdade, eu sabia muito bem que seria assim. Eis que eu sabia muito bem que o grande plano acabaria por dar errado assim. Eis que eu sabia que a cortina ia baixar, e que não haveriam aplausos da platéia diante do fim do espetáculo. Eis que eu sabia disso tudo, e talvez por isso mesmo tenha aproveitado tão bem os tempos do processo e nos amado, como se não houvesse o amanhã que prometíamos, e que acabou por não haver. Mas eu prometo, por tudo o que somos e o que fomos, que eu ainda me despidirei daquilo tudo, e despidirei por você também, porque eu sei que podemos, que queremos, e principalmente, que até lá, morremos.
E por tanto, por hora volto para a casca que há tão pouco jurei ter me ido para sempre e me visto, com o mais toscamente entalhado dos ternos que desprego, e deixo apenas a minha palavra, de que ainda volto para ti e para mim, e para a nudez que aspiro no meu figo, e para o mar.
Há dois meses atrás, eu teria chorado com esse texto. Ele é meio que uma resposta ao baile de máscaras... Há dois meses atrás eu ficaria fantasiando que Bart Simpson escreveu isso.
ResponderExcluirMas por mais que esse texto não vá me fazer chorar agora, ele não deixa de ser lindo e tudo isso não deixa de ser verdade.