domingo, 1 de agosto de 2010

A casca: Fim.

Não.
Não Elise, não Alice, nem azul, nem verde ou até marrom.

Pelo menos no fim, crosta nenhuma abrigará o meu ego nú, que tanto sente a carência de ver o teu próprio também nú. Me recuso a deixar cascas na nossa história, mesmo que o fim do mundo que conhecemos esteja próximo, como parece.

Perde a compostura - Tira a beleza do ser e do estar ,que nunca, em tempo nenhum, foram tão belos, nem nesse mundo nem em nenhum outro. Desprove o orgulho de uma narração inteira, que virá no futuro, certamente, para qualquer um que queira escutar, e chorar.

Dessa vez não darei brecha. Afinal, que conseqüências um cadáver poderia vir a sofrer por atos nobres? Esse tipo de coisa só acontece quando se está vivo.

Por esses e por tantos outros, me despido aqui de uma vez por todas da velha casca que há tanto me atormenta. Me despido e logo digo: Despida-se também. Quebra tua casca assim como estou por quebrar a minha, e que nasça de dentro, mais uma vez, uma última vez, a mulher que amo.

Sem pressufixos, sem pseudônimos, sem um pingo de casca. Pelo menos os últimos momentos, quero estar a admirar os coturnos do seu corpo, que há tanto não tenho a circunspectância de apreciar.

Pelo menos nos últimos momentos, deixemos para trás as velharias, e nos olhemos por nós sós. Pelo menos nos últimos momentos, esqueça aquela mochila sem graça, ou aqueles tênis maltrapalhos, e nos deixe ser o "nós" da história mais uma vez, pela última vez.

Porque a verdade é que não é mesmo, nem Alice, nem Elise, nem outros tantos nomes que te dei em segredo. Nem é marrom, nem azul e nem verde. A verdade é que nem o teu nome na verdade é. Porque nesse universo de alucinógenos, quem liga pra estereótipos? A verdade é que não é fim, é amor. A verdade é que é muito mais do que a casca que você absurdamente se julga ser. A verdade é que é tudo, porque meu peito jamais seria capaz de bater forte o coração por menos, porque o meu tudo é você, porque você é linda. E se existe uma tal verdade absoluta no mundo é essa, e nada menos.

E eu sei, meu anjo, é pedir demais, pedir demais por demais, mas lhe peço com por favores, o último pedido de um velho amores. Amores que se confundem com dores, e que se fazem na perversão. Mas perversão como essa tem perdão, e no final das contas, e que se faça do meu perdão, também o pedido do menino pidão, pode? Diga-me, por favor. E rezo em silencio para que a resposta seja um sim, por todos os agnósticos que sempre me disse ser.

Mas quer você se decida por despida ou vestida, será assim. Passarei esses últimos dias nú, como sempre tive medo de estar. E escreverei do meu jeito no meu recanto, os próximos últimos textos do nosso romance furado e amado. Com amor e nem um pingo de dor.

De um jeito ou de outro, no fim, tudo é.







Ah, sim! Quase me esqueço! Uma curiosidade, quem um dia falou em voar?




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